
Por: Cmte. Pedro Canabarro
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A era dos anos 40 reverteu as expectativas otimistas do pós-guerra para a aviação comercial brasileira. As aeronaves baratas que haviam sobrado da guerra, já não mais atendiam a demanda de rotas e passageiros. A falta de investimentos e a grande competição tarifária fez com que empresas menores fossem incorporadas ou falissem.
Em 1949 o Ministério da Aeronáutica cancelou a autorização para voos de empresas que estivessem sem operar por mais de um ano. Dessa forma, em 6 de junho de 1949 deixaram de existir:
- COMETA (Companhia Metropolitana de Transportes Aéreos)
- SETA (Serviços Estaduais de Transporte Aéreo)
- Aerovias Matogrosso LTDA
- Pioneira Transportes Aéreos
- RITA (Redes Interestaduais de Transportes Aéreos)
- CBA (Companhia Brasileira de Aviação)
- Transportes Aéreos Brasileiros LTDA
- PTA (Paraense Transportes Aéreos)
A história da Paraense começou em 1952 com um PBY-5A Catalina fazendo o transporte de carne bovina de Goiás até Belém do Pará. Em 1955 expande o transporte de carne para o Rio de Janeiro e São Paulo. Já em 1957 são incorporados dois Douglas C-46 para fazer a linha Belém-Pedro Afonso-Cristalândia-Brasília até o Rio de Janeiro.
Em 1960 a empresa abandona o transporte de carga frigorífica e passa a transportar pessoas, e inaugura a linha São Paulo- Cuiabá- Porto Velho até Rio Branco. Ao fim, oito Curtiss C-46, três Douglas DC-4 foram incorporados à frota.
Sérios problemas operacionais, provocaram uma série de acidentes entre 1958 e 1965, que geraram dificuldades financeiras, implicando a manutenção das aeronaves, que resultou na troca de toda a frota a partir de 1967.
O turbo-hélice FH-227B foi o escolhido, dado que a Hirondelle tinha aviões a pronta entrega em sua fábrica. A Paraense adquiriu seis até 1970, numa tentativa de melhorar suas operações e padronizar sua frota. No entanto, após um ano de uso, alguns deles se tornaram inoperantes por falta de peças.
Para completar a má fase da Paraense, em 14 de março de 1970 um FH-227 se acidentou na aproximação para pouso em Belém e matou 38 pessoas. Ainda no mesmo dia, outro avião do mesmo modelo se envolveu em uma colisão no solo. Estes problemas somados aos operacionais e financeiros, levaram o governo a cancelar a autorização de tráfego da empresa em maio daquele ano.